sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sobre Meme

Felipe...

Acho que nunca havia reparado em como a sua aura é calma. Jogado assim nu, em cima da sua cama. Você me lembra os melhores filmes de paixões catastróficas à la Daniel Cliver. Cara, e como você é bonito enquanto dorme? E Eu não tinha reparado em como eu fico sexy nas suas camisas.

Hoje, quando acordar, faça uma panqueca, uma só, eu não fui fazer caminhada, nem Cooper, nem dar satisfações a minha governanta, ou pegar mais grana do meu marido no banco. É que ele chega hoje de viagem e eu fui embora, de vez, entende? Não vou voltar pra tomar café da manhã, ou pro sexo matinal, ou na semana que vem, de verdade.

Você lembra quando eu te disse sobre as sessões de terapia? Você disse que era besteira, claro, meninos da sua idade pensam que podem confiar em Deus e o mundo. Na minha idade só se acredita em padre ou terapeuta, porque nunca os dois juntos. Numa dessas sessões eu falei sobre você e eu me senti tão ridícula. Socialite-cinquentona traindo o marido-rico com um garotinho-da-academia-trinta-anos-mais-novo. Como soa pra você? Não ri, não ri, não. Pra mim, soou péssimo.

Você é lindo, trepa maravilhosamente bem, é todo durinho, fala de sacanagem como ninguém, primeiro carro, futuro traçado, cursando faculdade, herdeiro de grande empresa, sem filhos, sem plástica.. Quem me dera tivesse conhecido alguém como você quando mais nova.

Desde que te conheci tinha em mente que eu não era mais uma menina de 16 anos traindo o namorado, sempre me pus no lugar certo na sua e na minha vida, claro. Você não vai casar comigo, nem querer uma cinquentona como namorada, você não vai fugir comigo, eu não vou deixar minha segurança por você, não é materialismo cara, até porque você é herdeiro de toda aquela empresa, a questão é que é uma vida toda de companheirismo, sou o que sou por ele, e ele é o que é por mim, vinte e cinco anos de casamento, você podia ser meu filho, aliás, o meu filho tem a sua idade, podia ser teu amigo..

Depois de você virão outros meninos-da-academia, ou da auto-escola, ou do shopping, ou os próprios amiguinhos do meu filho, porque não? Mas não tenha ciúme, não mais, porque agora eu já fui embora, não vou voltar, mas saiba que embora não tenha sido o primeiro garoto com quem saí, foi o único que passou de três encontros, é claro, você foi o melhor. Eu to sendo sincera, meu garoto. Não falo só de sexo, você me entende?

Não venha atrás de mim, como das outras vezes, e pra facilitar, vou mudar a academia, e não vou passar mais aqui por perto, mas se me vir pela janela, não desça, não grite, me deixa só olhar você, como você costuma ficar olhando por ela, olhando ao longe pro edifício daquela empresa e dizendo: ‘um dia chego lá, você vai ver, vou comandar aquilo tudo’. Eu acredito muito em você, independente do que o sacana do teu pai diga.

Sei que você gosta de mim, é diferente de todos os outros que eu comprei com o dinheiro do meu marido-sempre-ausente, você eu comprei com meus beijos, minhas lambidas, meu caráter duvidoso, minhas risadas, minha personalidade e meu charme de mulher-de-meia-idade-carente-que-trai-o-marido. A cada vez que penso nisso me soa mais ridículo. Eu amo você mesmo que nunca tenha te dito, assim como você me ama, como sempre diz, me faz sentir tão bem saber que ainda tenho o poder de conquistar um homem, saber que eu não preciso pagar pra que saiam comigo. Você me faz sentir tão independente, tão jovem e se sentir jovem na minha idade é um perigo, meu garoto, porque é aí que as mulheres começam a querer esconder as marcas da idade, o que eu nunca aceitei.

Esse mês que passei com você não se compara em nada com esses 25 anos de casamento. Mas acabou. Eu amo você, como a paixão mais juvenil que nunca senti, e é por isso que tenho que ir embora. Você me perturba e eu não aceito nada que possa me perturbar, mesmo que seja você, meu garoto. Mas confesso que ainda não sei como vou sair porta a fora, sem voltar.

Não sofra, tudo que nós vivemos foi lindo, mas, ainda assim, foi errado, entende? Não que eu esteja arrependida, nunca, mas eu sou casada. Eu sou uma fodida que encontrou o amor aos cinqüenta anos em um caso extraconjugal com um menino de vinte e dois anos.

Eu sentia sua falta antes de você chegar à minha vida e vou sentir falta quando se for. Eu tinha tanto medo de nunca viver um amor, cara. Mas por só ter encontrado você agora, perdi meu instinto de arriscar tudo por amor, aquela coisa que a gente nasce com ela, mas se não exercitada a gente perde. É como a coragem que a gente tem de saltar de pára-quedas quando é novo, eu não saltei e com a idade adquiri medo de saltar, de pular, de me arriscar. Me perdoe a covardia.

Você vai achar alguém que mereça você, uma menina linda e da sua idade, quem sabe na faculdade? Quem sabe no supermercado? Quem sabe na academia? Só não procure, não se acha nada quando se procura. Continue cuidado do seu lindo corpo, do seu lindo intelecto, cuide do seu inglês, faça nossa viagem pela Europa, pense em mim quando conhecer cada lugar que te contei, aquela sorveteria em paris, aquele brechó na frança. Cuide do seu coração, da sua casa, da sua herança, estude, cresça, e mostre pra todos a força e astúcia, que só eu vejo em você. Cuide da vida. E cuide também da cadelinha.
Enfim, cuide de você.
Eu amo você.
I miss you, since always, for ever.
Renata Vasconcelos.


Eu li esse texto em um blogger e amei.Essa história não é verídica.

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